sábado, 5 de junho de 2010

De porque eu criaria um blog

Certa vez me perguntaram porque eu não criava um blog? Na época eu achava, e talvez de certa forma ainda continue achando que escrever coisas a ferro e fogo numa página da internet não tem lá muita utilidade. Muito mesmo porque, quase ninguém lê as coisas escritas na internet, p. ex.: você já leu mais de três parágrafos dos Termos de Uso de qualquer coisa que tu faça na internet?
A agilidade da mecânica interneteira faz com que você ignore o que já acha que conhece para ganhar tempo, no mínimo isso é preocupante. Por outro lado, mesmo para aqueles que insistem em ler coisas na internet, a rede está tão cheia de vazios que as vezes me pego perdendo tempo lendo coisas que não me servirão em nada. Não que eu seja tão utilitarista assim mas, que diferença me faz saber o que tal “bundacommulher” comentou sobre seu ensaio pra Playbody? Me serviria talvez as fotos dela, mas do que me serve os comentários?!? Entretanto e da mesma forma, as vezes também me pergunto que utilidade há na minha vidinha medíocre cotidiana em saber que a Coréia do Sul está e guerra com a do Norte, o mundo já 'tá se acabando mesmo, mais uma guerra aqui, outra ali, não é de se estranhar... Independente de tudo isso, uma outra razão para mim não criar um blog é que eu sempre me declarei contra o “mundo digital”, e entenda isso como quiser. Há algum tempo já eu venha dizendo que, se eu estiver errado, e infelizmente acho que estou, o “mundo digital” irá dominar completamente o mundo real, as pessoas sem sair de casa farão interações com o mundo todo. Bem, isso já acontece, mais eu ainda acredito que a coisa possa piorar, há sempre alguém com unhas afiadas cavando mais o poço! Porém, tentando uma perspectiva um pouco menos pessimista (e não vou discutir aqui e agora sobre o sentido deste pessimismo, talvez em outro momento), podem me dizer que, enquanto houver pessoas capazes de desligar o computador e ir dar uma volta no parque a internet ainda não “dominará totalmente o mundo”. Entretanto, essas pessoas não deixariam de ser exceções que confirmam a regra e tudo continuaria na mesma meca!
Sendo assim, porque afinal de contas eu criaria um blog: bem, esses dias me bateu a idéia (que agora já é ideia, embora eu ache isso horrível) de criar um blog, sei lá, me deu vontade. E além disso, eu que sempre fui atrasado às coisas do “mundo digital”, demorei quase dois anos depois da moda que virou o orkut pra fazer um perfil lá (e aqui cabe outro parentese: por mais que eu diga que a gente pode ignorar certas coisas do nosso contexto e tentar viver em outras frequencias, tem coisas das quais não escapamos. Eu sou filho do Século XXI, e ponto. Por pior que isso possa parecer e na contramão do que eu já disse as vezes penso que é só mania das pessoas dizer que o passado é melhor, e de qualquer forma, “Minha cabeça só pensa aquilo que ela aprendeu” e ela aprendeu a viver com essa joça de computadores “por isso mesmo, eu não confio nela, sou mais eu”. Quem disse isso foi Raul Seixas, mas eu concordo plenamente.) Mas voltando ao assunto, eu sempre tentei renegar o “mundo digital” (nota-se que eu não consegui), então agora como a onda é o Twiter e suas frases de no máximo quantos caracteres mesmo, não sei, mas são poucos, eu que não gosto de frases curtas, me permiti criar um blog, só porque 'tá ficando ultrapassado mesmo.
E mais, se alguém ainda não entendeu porque eu criei um blog, é só porque: eu sou contraditório. É tudo pra fomentar a contradição, eu atualmente já nem boto a mão no fogo por qualquer idéia minha (com acento porra!) Porque uma hora ou outra vai virar contradição e daí surgiu o nome, tá certo que uma influência dos EngHaw ajudou, mas a noção de contradição com a tradição e minha mesmo, ou ao menos eu acho que seja.
Bom, é isso, agora vou voltar pro mundo real. Fui!

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